PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Cirurgia de Catarata

O que é catarata? 

Catarata é definida pela opacificação do cristalino, a lente natural do olho. Para que se  tenha visão com qualidade, os meios oculares devem ser transparentes e permitir a  passagem da luz. Com o aparecimento progressivo da catarata, a transmissão da luz ocorre  de maneira errática, levando ao borramento visual. 

Quem pode ser acometido pela catarata? 

Catarata é uma doença muito relacionada à idade, sendo mais comum em pessoas acima  de 55 anos – chamada de “catarata senil”. É considerada uma alteração normal no processo  de envelhecimento e, com o aumento da expectativa de vida da população, tem se tornado  cada vez mais prevalente. 

Há também a forma congênita da catarata, quando seu aparecimento ocorre logo após o  nascimento, podendo impactar no desenvolvimento visual da criança. Esses casos podem  estar relacionados a alguma doença sistêmica, infecções durante a gestação, ter influência  genética ou até mesmo ser esporádica (sem causa definida). 

Algumas condições, entretanto, podem levar ao aparecimento mais precoce da catarata,  como: 

  • Diabetes ou glicemia elevada;  
  • Uso de corticoide (oral, intravenoso ou inalatório);  
  • Exposição ultravioleta;  
  • Tabagismo;  
  • Doenças oculares (uveítes, retinose pigmentar);  
  • Trauma ocular; 
  • Cirurgias oculares; 
  • Predisposição genética; 
  • Algumas doenças dermatológicas; 
  • Quimioterapia ou radioterapia. 

Quais são os tipos de catarata? 

Existem, genericamente, três tipos de catarata: (1) Nuclear; (2) Cortical; e (3) Subcapsular.  Essa classificação se refere à região do cristalino que é acometida pela opacificação.  Quando mais de uma região é acometida, resulta em catarata “mista”. 

As diferenças entre cada subtipo de catarata consistem nas diferenças de sintomas  experimentados pelos pacientes no início do quadro. Entretanto, com a evolução da  catarata, todas convergem para o mesmo sintoma: baixa de visão. 

Quais são os sintomas da catarata? 

  • Borramento visual (podendo afetar longe ou perto);  
  • Glare (halos ou listras ao redor das luzes, dificultando a visão na presença de fontes ● luminosas); 
  • Dificuldade em enxergar com baixa luminosidade; 
  • Perda da sensibilidade de contraste e para cores; 
  • Pode ocorrer melhora da visão para perto; 
  • Mudança refracional (grau do óculos).

Como é feito o diagnóstico da catarata? 

O exame biomicroscópico em consultório através da inspeção ocular de segmento anterior  é suficiente para o diagnóstico da catarata. Mas para uma adequada avaliação, faz-se  necessário o exame oftalmológico completo com o objetivo de mensurar o impacto da  catarata na qualidade de vida do paciente e para adequado planejamento cirúrgico, se  indicado. 

Qual é o tratamento da catarata? 

Não existem, atualmente, tratamentos clínicos, como uso de colírios ou exercícios oculares,  que revertam a opacificação do cristalino. Mas há medidas que podem retardar o  aparecimento da catarata, incluindo:  

  • Dieta balanceada;  
  • Evitar exposição à luz/UV com uso de óculos com proteção UV;  
  • Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs);  
  • Controle glicêmico adequado em pacientes com diabetes.  

O tratamento definitivo é a cirurgia ocular, onde é retirado o cristalino opacificado e  implantada uma lente transparente artificial, personalizada para o paciente.  

Quais são os cuidados pré-operatórios para a cirurgia de catarata?  A cirurgia de catarata é uma das cirurgias mais realizadas no mundo atualmente,  apresentando elevadas taxas de sucesso. Para passar pelo procedimento, você deve:  

  • Estar em jejum de 6 horas antes do procedimento, sem consumir água, café, chás,  refrigerantes ou lanches;  
  • Não utilizar maquiagem ou creme no rosto;  
  • Higienizar bem os olhos e o rosto durante o banho;  
  • Se utilizar medicações orais contínuas para controle de pressão arterial, diabetes  mellitus ou outras condições, tomá-las normalmente com pouco líquido no dia da  cirurgia. Se utilizar insulina, não aplicá-la no dia da cirurgia;  
  • Ter em mãos o nome de todas as medicações que faz uso para apresentar à equipe;  ● Não utilizar acessórios como relógios, colares, brincos, alianças e outros;  ● Apresentar documento de identidade oficial com foto no dia da cirurgia;  ● O acompanhante deve ser maior de 18 anos e precisa permanecer na clínica/ hospital até o momento da alta hospitalar.  

Alguns exames específicos também são necessários para o correto planejamento cirúrgico  com o objetivo de alcançar desfechos visuais mais precisos e seguros para os pacientes.  Os principais exames são:  

  • Biometria ocular  

Biometria se define como a aplicação da matemática à biologia. Nesse exame, são  realizadas medidas das estruturas oculares necessárias para o cálculo do poder da lente  intraocular a ser implantada na cirurgia. Assim, é possível escolher a refração (ou grau) do  olho após a cirurgia.  

Podemos dizer que este é o principal exame pré-operatório da cirurgia de catarata, sendo  que erros de aferição nesta etapa podem significar erros refracionais no pós-operatório.  Atualmente, existem algumas tecnologias que possibilitam realizar a biometria ocular, como: 

  • Biometria ultrassônica: utiliza ondas sonoras para calcular o comprimento  axial do olho. É o método mais antigo e com menor precisão, entretanto,  ainda utilizado em casos de catarata avançada ou outras opacidades  importantes dos meios intraoculares, quando as outras tecnologias não  conseguem realizar medidas oculares. 
  • Biometria óptica: é o método mais preciso e mais utilizado. Realiza as  medidas oculares através de feixe de luz, utilizando o princípio de  

interferometria. 

  • Aberrometria intraoperatória: alguns sistemas auxiliam no cálculo da  biometria durante a cirurgia, como no caso do ORA (Optiwave Refractive  Analysis), através de um aberrômetro acoplado ao microscópio cirúrgico.  Essa tecnologia pode ser muito útil em casos selecionados. 
  • Microscopia especular de córnea  

Este exame faz uma análise quantitativa e qualitativa das células da camada mais interna  da córnea. Assim, avalia-se a saúde dessas células e se a cirurgia de catarata apresenta  algum risco para a córnea. Este exame é necessário em, virtualmente, todas as cirurgias  intraoculares.  

  • Topografia de córnea  

Topografia de córnea é o exame que analisa a curvatura e o relevo de toda superfície da  córnea (superfície do globo ocular). Este exame é especialmente importante para  programar a necessidade de correção de astigmatismo no pós-operatório e avaliar a  possibilidade de uso de lentes intraoculares especiais para a correção de presbiopia. É  também um exame muito utilizado para acompanhamento de pacientes com doenças que  alteram o formato da córnea, antes da adaptação de lentes de contato e em pré-operatório  de cirurgia refrativa. 

Como é realizada a cirurgia de catarata?  

A cirurgia de catarata moderna tem dois objetivos: remover o cristalino opacificado e  promover a melhor visão possível para o paciente. A primeira etapa consiste na extração do  cristalino através de uma incisão de 2,75mm.  

O procedimento é feito com o facoemulsificador, um equipamento que utiliza energia  ultrassônica para emulsificar e aspirar o cristalino doente. Sempre buscando oferecer o  melhor aos seus pacientes, a Clínica Horn adquiriu o sistema mais seguro e efetivo de  facoemulsificação: o equipamento Legion, lançamento mundial recente da marca Alcon.  

Após essa etapa, é implantada a lente intraocular previamente selecionada para atender às  demandas visuais do paciente. Existem, atualmente, diversas marcas e tipos de lentes, e a  escolha é conjunta entre médico e paciente de forma personalizada, pois a personalização  do tratamento é primordial para o melhor resultado e satisfação dos pacientes.  

Todas as lentes intraoculares têm um objetivo em comum: restabelecer o poder refrativo do  olho no grau planejado pelo cirurgião. Em outras palavras, minimizar o grau do paciente  para longe ou perto. Algumas lentes, entretanto, oferecem algo a mais. Confira abaixo:  ● Lentes esféricas: mais comuns, corrigem o componente esférico do olho. 

  • Lentes asféricas: também corrigem as aberrações oculares e entregam melhor  qualidade visual.  
  • Lentes tóricas: também corrigem astigmatismo, somente possível com estas  lentes.  
  • Lentes multifocais: permitem visão em múltiplas distâncias, minimizando a  necessidade do uso de óculos após a cirurgia. 

Também há a possibilidade de utilizar a tecnologia do laser de femtosegundo para auxiliar o  cirurgião em algumas etapas da cirurgia. O laser torna a cirurgia mais precisa e apresenta  algumas vantagens em relação à cirurgia convencional, em casos selecionados.  Atualmente, existem diversas plataformas que possibilitam o uso de femtosegundo na  cirurgia de catarata, o que tem tornado a tecnologia cada vez mais disponível. 

Como é a anestesia na cirurgia de catarata? 

A cirurgia de catarata pode ser realizada com mais de um tipo de anestesia. A forma mais  comum é através do bloqueio peribulbar, quando o paciente é sedado por alguns minutos e  realizada a infusão de anestésico na região periocular, paralisando os músculos oculares,  bloqueando a visão e anestesiando a região periocular do lado a ser realizada a cirurgia.  

Durante o procedimento, o paciente normalmente fica acordado com leve sedação. Após o  procedimento, o paciente deve permanecer com o curativo e olho ocluído até retorno da  sensibilidade e dos movimentos, podendo durar de 4 a 12 horas.  

A outra forma é através da instilação de anestésico na superfície e dentro do olho,  juntamente com a sedação leve. Nesta técnica, o paciente permanece com os movimentos  oculares e colabora durante o procedimento.  

Deve ser realizada por cirurgiões experientes, podendo contribuir em casos de  contraindicação à primeira técnica. Tem como principal vantagem a não necessidade de  oclusor após a cirurgia. Em casos de glaucoma avançado, olho único ou uso de  anticoagulantes, esta técnica se torna preferencial. 

Após o procedimento, o paciente está prontamente apto a retornar para casa, não havendo  necessidade de internação hospitalar. 

Quais são os cuidados pós-operatórios? 

  • Iniciar o uso dos medicamentos, conforme prescrição médica, assim que retirar o  curativo;  
  • Aplicar apenas 1 gota do colírio é suficiente. Aplicar mais vezes apenas se houver  dúvidas se caiu no olho;  
  • Não é necessário aplicar os colírios durante a madrugada;  
  • Se os horários coincidirem, respeitar um intervalo de 5 a 10 minutos na aplicação de  diferentes colírios;  
  • Evitar encostar o frasco no olho ou nos cílios;  
  • Não utilizar colírios já abertos, utilizados por outras pessoas ou fora do prazo de  validade;  
  • Evitar uso de toalhas, dar preferência aos lenços descartáveis para enxugar os  olhos;  
  • Tomar banho normalmente, mas evitar entrada de água e sabão no olho; 
  • Evitar atividades como musculação, corrida, hidroginástica ou qualquer esporte de  impacto pelo período de 30 dias;  
  • Evitar praia ou piscina pelo período de 30 dias;  
  • Não utilizar maquiagem ou protetor solar pelo período de 15 dias;  ● Não pintar o cabelo pelo período de 15 dias;  
  • Evitar o contato com animais domésticos, atividades de jardinagem e manipulação  de resíduos pelo período de 15 dias;  
  • Evitar dormir apoiado no lado operado pelo período de 7 dias;  
  • Consultar a equipe antes de voltar a dirigir ou praticar exercícios físicos;  ● É permitido ver televisão, ler, usar celular, costurar ou realizar atividades que  demandem uso da visão;  
  • Alimentar-se normalmente;  
  • Se utilizar medicações orais contínuas ou colírios para tratamento de glaucoma,  seguir utilizando normalmente após a cirurgia;  
  • Não coçar, esfregar, apertar ou passar a mão no olho operado.  

Catarata pode retornar após a cirurgia? 

Não. O procedimento é definitivo e não há possibilidade da catarata recidivar. Também vale  lembrar que a lente intraocular implantada não possui prazo de validade para ser  substituída, portanto, é colocada com intuito de ser definitiva.